ABORTO
Ricardo C. Leão
Dr. Poeta
31/10/10
Aborto,
Ato magno de covardia
Praticado contra um ser vivo,
Indefeso e encurralado
No pequeno útero materno.
Os assassinos desprovidos de amor
Sequer ouvem seu grito de dor.
Seja o método que for,
Alguém por dinheiro e sem compaixão,
Vai penetrando seu instrumento,
Agressivamente, em sua direção
Para lhe roubar a oportunidade
De vir à luz e viver com liberdade,
Quem sabe a muitos
Trazendo muitas felicidades.
Antes de mortalmente ser agredido
Ele sente o iminente perigo,
Pula desesperado de um lado pro outro,
Na tentativa de fugir do instrumento criminoso.
Sem ter um cantinho pra se esconder,
Cansado de muito lutar,
Sentindo que não conseguirá escapar,
Entrega-se às mãos assassinas que
Covardemente e ferozmente,
Em poucos segundos, o atinge mortalmente
E com ironia e sem piedade
Vai arrancando aos pedaços o seu corpo frágil,
Do interior do confortável ninho
Onde um dia alojou-se esperando ser tratado
Com imensurável carinho,
Rompendo definitivamente todos os laços
Que o prendiam ao doce corpo materno.
Assim, o aborto está consumado,
O indefeso corpo, todo dilacerado,
Foi desrespeitado e no lixo jogado.
Com desrespeito a dádiva divina
Agradecem ao Criador
Pelo crime ter sido bem sucedido.
Mais uma trajetória de vida
Foi criminosa e brutalmente interrompida.
Poema extraído do livro
Convite
Agosto de 2011