PARA REFLETIR

“Se você não pode ter o mundo a teus pés, lute para ter um grão de areia, deste mundo, em tuas mãos."

"Só não é quem nunca tentou ser.
O que importa não é ser e sim tentar ser, pra quem sabe um dia ser.
E se não conseguir ser, ser feliz com o que conseguiu ser, mesmo sem ser o que sonha ser"







quinta-feira, 4 de abril de 2013

MARIA HEROÍNA


Maria, mulher meiga,
Honesta e trabalhadora.
Quis o destino que se casasse
Com José, homem estéril,
Agressivo e violento,
Sem ter motivos aparentes
A qualquer momento
Agredia fisicamente Maria.
Maria fechava-se no seu quarto
Chorava e sorria.
Conversava com ela
E pra ela dizia:
Vai chegar o dia
Que o meu sofrimento vai acabar,
José não vai ter tempo
Nem para gritar.
Dia após dia a cena se repetia,
José em Maria batia,
Maria, no seu quarto, chorava e sorria.
Pra Maria, não demorou, e chegou
Seu tão esperado dia.
José agressivo chegava da rua,
Maria meiga pra rua partia.
José foi ao encontro de Maria
Que na praça chorava e sorria.
José em Maria batia
A multidão assistia e aplaudia,
Maria calada chorava,
A multidão sádica sorria.
Maria apanhava e sorria,
A multidão surpresa não entendia.
José batia e não sabia,
Só Maria sabia
O que na cintura escondia.
Desta vez Maria estava preparada,
Trazia na cintura,
Uma faca amarrada.
Maria sangrou Zé
Que quase sem vida caiu a seus pés.
José foi um verdadeiro Mané,
Menosprezou a força interior
Que tem uma mulher.
A multidão aplaudia Maria.
Maria agora não chorava não sorria,
Despediu-se do corpo de José.
Maria, sozinha, foi pra delegacia
Apresentou-se ao Dr. Delegado,
Que estava sentado e despreocupado,
Maria não chorava não sorria,
Sem vacilar foi logo dizendo:
Doutor, aqui estou, matei o Zé.
O delegado comovido,
Da confissão de Maria sorria.
Poucos dias Maria ficou detida,
Foi julgada e absolvida,
Muitos foram testemunhas do crime
De legítima defesa,
Maria matava ou morria,
O corpo de jurados
Teve unanimidade,
Maria ganhou a liberdade.
Retornou pra sua vida e na praça
Pelas mulheres era esperada,
Pela multidão foi aclamada,
De Maria Heroína foi batizada.
Maria não chorava não sorria
A ninguém agradecia.
Só ela sabia a dor que sentia.
Conversando com ela,
Dizia pra ela:
Ah! Zé.
Por que você não soube me amar?
Você nunca soube,
Mas eu também não podia engravidar.







Nenhum comentário:

Postar um comentário