Maria,
mulher meiga,
Honesta
e trabalhadora.
Quis
o destino que se casasse
Com
José, homem estéril,
Agressivo
e violento,
Sem
ter motivos aparentes
A
qualquer momento
Agredia
fisicamente Maria.
Maria
fechava-se no seu quarto
Chorava
e sorria.
Conversava
com ela
E
pra ela dizia:
Vai
chegar o dia
Que
o meu sofrimento vai acabar,
José
não vai ter tempo
Nem
para gritar.
Dia
após dia a cena se repetia,
José
em Maria batia,
Maria,
no seu quarto, chorava e sorria.
Pra
Maria, não demorou, e chegou
Seu
tão esperado dia.
José
agressivo chegava da rua,
Maria
meiga pra rua partia.
José
foi ao encontro de Maria
Que
na praça chorava e sorria.
José
em Maria batia
A
multidão assistia e aplaudia,
Maria
calada chorava,
A
multidão sádica sorria.
Maria
apanhava e sorria,
A
multidão surpresa não entendia.
José
batia e não sabia,
Só
Maria sabia
O
que na cintura escondia.
Desta
vez Maria estava preparada,
Trazia
na cintura,
Uma
faca amarrada.
Maria
sangrou Zé
Que
quase sem vida caiu a seus pés.
José
foi um verdadeiro Mané,
Menosprezou
a força interior
Que
tem uma mulher.
A
multidão aplaudia Maria.
Maria
agora não chorava não sorria,
Despediu-se
do corpo de José.
Maria,
sozinha, foi pra delegacia
Apresentou-se
ao Dr. Delegado,
Que
estava sentado e despreocupado,
Maria
não chorava não sorria,
Sem
vacilar foi logo dizendo:
Doutor,
aqui estou, matei o Zé.
O
delegado comovido,
Da
confissão de Maria sorria.
Poucos
dias Maria ficou detida,
Foi
julgada e absolvida,
Muitos
foram testemunhas do crime
De
legítima defesa,
Maria
matava ou morria,
O
corpo de jurados
Teve
unanimidade,
Maria
ganhou a liberdade.
Retornou
pra sua vida e na praça
Pelas
mulheres era esperada,
Pela
multidão foi aclamada,
De
Maria Heroína foi batizada.
Maria
não chorava não sorria
A
ninguém agradecia.
Só
ela sabia a dor que sentia.
Conversando
com ela,
Dizia
pra ela:
Ah!
Zé.
Por
que você não soube me amar?
Você
nunca soube,
Mas
eu também não podia engravidar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário