Sem crianças a lhe rodear,
Deus preferiu não lhe dar.
Sem seu companheiro pra prosear,
Deus preferiu levar.
Sem ter filhos pra lhe visitar,
Deus preferiu não lhe alegrar.
Sem ter lágrimas pra chorar,
Deus preferiu secar.
Sem ter sonhos pra sonhar,
Deus preferiu apagar.
Sem ter alguém pra histórias contar,
Deus preferiu sua voz calar.
Sem ter ouvidos pra escutar,
Deus preferiu o som desligar.
Sem ter olhos pra enxergar,
Deus preferiu a luz apagar.
Sem vontade pra caminhar,
Deus preferiu suas pernas paralisar.
A velha está sempre na janela,
Esperando a morte chegar.
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