Eu
era um cara
Honesto
e trabalhador,
Pai
de família
Responsável
e batalhador.
Gostava
de futebol
E
de fazer amor,
Também
era bom jogador.
Separava
parte do salário,
Entregava
na mão do seu Mário,
O
bicheiro salafrário,
Pra
fazer meu jogo
Na
banca do Genário.
Um
dia acertei na milhar,
Deu
cobra na cabeça.
Gritei:
fiquei milionário!
Vejam
só que cenário,
O
Mario e o Genário
Ficavam
com meu salário,
Não
jogavam no bichário.
Fui
receber meu premio,
Não
encontrei o Mário
E
muito menos o Genário.
Fui
correndo pro distrito,
Feito
um otário,
Falar
com o Dr. Delegado
Que
me trancou no calvário.
Não
fiquei milionário,
Perdi
a liberdade,
Fiquei
sem emprego
E
sem minha família.
No
calvário
Aprendi
a malandragem
E
a fazer sacanagem.
Quando
me libertou
O
Dr. Otávio, o novo delegado,
Encontrei
na rua o Mário
E
também o Genário,
Enfiei
faca de ponta
No
peito de cada um,
Sangrei
os dois.
Voltei
pro calvário.
Minha
vila não tem mais
Salafrário.
Deles
ninguém mais vai ser
Otário.
poema extraído do livro
"No Pé do Arco Íris"
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