No raiar da aurora
Que anuncia com alegria
O nascer de mais um dia,
Surge no infinito do horizonte,
Com seu brilho contagiante,
O astro rei
Que pouco a pouco
Vai vencendo a escuridão
De mais uma noite
Onde a lua tem participação.
Mais uma vez a noite vai descansar
E no aconchego do seu leito
Também vai sonhar
E
com muita paciência
Esperar o sol outra vez se deitar,
Para novamente convidar
Os casais apaixonados
Para namorar.
O dia preguiçosamente amanhece.
Ziguezagueando por entre
As majestosas árvores do Piqueri,
O poeta fica atento
Ao que tudo acontece
E em louvor ao criador
A natureza ele enaltece,
Fica inebriado
Com a beleza de cada flor,
Sente em cada uma delas
O existir da semente
Do verdadeiro amor.
Sente-se embriagado
Com cada gota de orvalho
Que em silêncio vê cair
E suavemente no chão se repartir.
Ouve dos pássaros
A mais bela sinfonia
Que o eleva a um mundo de fantasia.
Acompanha com olhar atento
O revoar brincalhão
Dos mais lindos e diversos pássaros
A voarem sobre a sua cabeça
Em um constante
Vai e vem sem destino
A procura, quem sabe,
De algum menino.
O poeta segue seu caminhar
Poetizando sem parar,
Deixando-se envolver naturalmente
Pela alucinante beleza do Piqueri.
Senta-se nas margens do lago,
Perde-se em pensamentos
Que voam junto com os pássaros.
Acompanha os patos e gansos
Que sem compromisso
Estão a nadar,
Beliscando os peixinhos
Que vê à tona se alimentar.
Deitado no verde gramado
O poeta fecha os olhos
E sonha acordado
Com toda beleza divina ali existente.
Concilia o sono e sente-se
Levado em total liberdade
Para a eternidade.
Sonha estar nas asas de um colibri
Para ser deixado no paraíso
Conhecido por parque do Piqueri.
Poema extraído do livro
Deserto de Concreto
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