DOMINGO NO PARQUE

 

Ainda é madrugada

Meu sono se esconde

Não sei aonde.

Fico na cama a rolar

Quero muito te amar.

Ligo-me em você em pensamento

Mas você não está ligada em mim

Em nenhum momento.

Levanto rápido, é domingo

Vou para o parque sem demora

Quero ver chegar à aurora.

Amanhece mais um dia

Só não renasce minha alegria.

Mais um domingo que amanheço

Em meio à natureza.

Não tenho você comigo

Mesmo sendo domingo.

Vejo brotar na minha mente

Aquela semente

Que germinou do seu amor.

Você, do meu calor

Anda muito distante.

No seu sono profundo

Comigo não sonhou,

Nem se lembra que muito já me amou.

Escrevo esse desabafo

Em forma de poema

Tentando encontrar uma saída

Para o meu dilema,

Pergunto pro meu coração

Ele não sabe responder

Se você ainda me ama.

Na solidão do amanhecer

Converso com meus botões

Que me ensinam muitas lições

Sobre a dor de amar sem ser amado,

Eu permaneço pensativo e calado

Os versos de mais este poema

Vão surgindo

Sentindo que você de mim

Está fugindo.

Mesmo assim sigo meu caminho

Te perseguindo.

 

Poema extraído do livro

Deserto de Concreto