Hoje
sobrou-me tempo,
Parei em
frente ao espelho.
Vi diante
de mim
Um homem
envelhecido,
Com os
cabelos embranquecidos.
Meu rosto
menos belo,
Enfeitado
com muitas rugas,
Esculpidas
pelo tempo.
Olhei
fixo nos meus olhos,
Vi os
primeiros sinais da catarata.
Levei
minhas mãos
Lentamente
ao meu rosto,
Como
normalmente eu não fazia,
Pude
notar como elas tremiam.
Levei meu
pensamento
Até um
passado recente,
Assustei-me:
falhou a memória.
Fiquei
ali diante de mim,
Completamente
estatuado,
Creio que
muito assustado,
Durante
longos minutos
Observando
como envelheci.
O tempo
passou, eu não vi.
Não sei o
quanto demorou
Para eu
refazer-me do susto.
Pude
refletir e compreender
Os
efeitos que ocasionam o tempo.
Aquele
que estava fora do espelho,
Era eu.
Aquele
que estava no espelho,
Sou eu.
A
realidade é que não estou velho,
Eu já sou
um velho.
Poema extraído do livro
Convite
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