João
Ninguém.
Quem
era João Ninguém,
Que
um dia chegou ao primeiro trem?
Era
o que todos perguntavam,
Eu
também.
Surgiu
na cidade,
Rapaz
de meia idade,
Sozinho
e sem bagagem.
Não
se sabe de onde
E
nem pra que veio.
Estava
sempre só.
Tinha
a tristeza nos olhos,
Trazia
no rosto um leve sorriso.
Todos
os dias, ao entardecer,
Lá
estava ele
Sentado
no banco do jardim,
Segurando
na mão um jasmim,
Conversando
com alguém,
Só
ele sabe quem.
Com
gestos delicados,
Dizendo
palavras ao vento.
Parecia
estar muito feliz,
Por
estar ao lado da sua miss.
Ali
ele não demorava,
Conferia
à hora, despedia-se,
Levantava
e ia embora.
Seu
verdadeiro nome
Ninguém
nunca soube.
Passou
a ser conhecido por João
E
a todos
Ele
chamava de irmão.
Logo
lhe deram o nome
De
João Ninguém
Porque
conversava com alguém
Mas
não se via ninguém.
Um
dia João Ninguém
Acertou
na loteria,
Foi
tamanha sua alegria
Mas,
logo entrou em agonia.
Sem
o premio receber,
Ninguém
sabe por que,
João
Ninguém preferiu morrer.
Quem
era João Ninguém?
Ninguém
sabe,
Nem
eu também.
João
que não era João,
Continuou
sendo João.
João
Ninguém
Que
não era ninguém,
Continuou
sendo ninguém.
E
foi assim que João Ninguém
Partiu
no último trem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário